segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Inspiração Naif


Fotos tiradas por Eli Bacelar de Manaus para inspiração em suas pinturas


































ARTE NAIF

                   Quanto a sua origem a arte naif pode ser considerada como a mãe de toda a pintura, já que as pinturas rupestres realizadas no período paleolítico da pré-história são consideradas como os primeiros exemplos da arte naif. Portanto ela surge desde o momento que o homem sentiu necessidade e o impulso de querer reproduzir de qualquer maneira, sem muitos conhecimentos técnicos e com poucos recursos a visão de seu cotidiano (FINKELSTEIN 1994). Os motivos que levaram estes homens a realizarem tais pinturas são desconhecidos, talvez fizessem isto para seu próprio prazer, ou de outros, ou quem sabe realizaram apenas para registrar e perpetuar a sua presença, ou mesmo como um ritual. Assim, como não se conhece os motivos, o que importa é que fizeram para atender alguma necessidade e ao faze isto utilizaram o seu meio natural como referência e inspiração. Este impulso, esta força que faz com o homem represente seu meio mesmo sem ter um conhecimento técnico aprimorado é uma das principais características da arte naif, que vai impulsionar os artistas a nunca mais pararem de se exprimir das mais variadas formas em todos os períodos e épocas. MORAIS (2006) argumenta que em relação a sua origem a arte naif pode ser definida de duas maneiras. A primeira e considerar que ela passou a existir quando foi aceita como forma artística, com status igual ao de qualquer outra. Neste caso, ela pode ser datada dos primeiros anos do século XX. A outra é considerar que as pinturas rupestre, realizadas nas cavernas e paredões de rocha da pré-história são a sua origem como já foi apresentado.
          Deve-se considerar é claro que o termo naif não existia na pré-história, o termo Naif apareceu na França no século XVIII através dos grandes escritores – filósofos da época; Montesquieu, Jean Jacques Rousseau, Diderot. A palavra tem origem francesa Naif  e vem do latim nativus que significa nascente, livre, natural, puro, espontâneo, primitivo, que pertence ao primeiro estado de uma coisa (FINKELSTEIN 1994).
          Entretanto, independente da origem a arte naif é hoje aceita como um estilo de pintura. Sobre o assunto Santos (2011, p.247) comenta que,
“um artista primitivo é alguém que seleciona elementos da tradição popular de uma sociedade e os combinas plasticamente, guiando-se por uma clara intensão poética. Geralmente esse artista é um autodidata e criador dos recursos e técnicas com quem trabalha” 

            Desta forma a autora apresenta outra característica da arte naif que é justamente a não formação erudita dos seus representes, que muitas vezes são pessoas do povo que retratam simplesmente a verdade, a natureza, sem artifício, sem esforço e são inspirado pelo sentimento. Assim o artista naif é mais individual, não existe um estilo próprio, cada pintor é um mundo a parte, é um criador nato, tudo vem dele mesmo, tanto o tema quanto a técnica empregada, sua arte não é utilitária, é um autêntico impulso artístico. Observa-se que os pintores pretendem a grosso modo narrar uma história, reviver um momento ou eternizar situações e fatos do cotidiano que lhes tocam o sentimento.
Tudo isto é visto no trabalho de Eli Bacelar:

Pintura de Eli Bacelar, Menção Honrosa Bienal Naif 1998 Tocando forró (1998). Acrílica sobre tela 70 cm X 50 cm
Fonte: Bienal Naifs do Brasil 1998.

      Assim, a arte naif é, em termos gerais, a arte que é produzida por artistas sem formação acadêmica. Caracteriza-se, em termos gerais, pela simplicidade e pela ausência de elementos formais da arte tradicional ocidental, como a perspectiva, harmonia cromática, composição, desenho clássico com correção anatômica, ou mesmo referências tradicionais das pinturas de gênero
          Entretanto, a arte naif é questionada incansavelmente por estudiosos, por eruditos e consequentemente, por um bom pedaço da sociedade que se funda nos pensamentos acadêmicos, quer de modo direto ou indireto. A erudição tem um grande valor, mas não é somente dela que a vida que nos cerca é feita.





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