Fotos tiradas por Eli Bacelar de Manaus para inspiração em suas pinturas
ARTE NAIF
Quanto a sua origem a arte naif pode
ser considerada como a mãe de toda a pintura, já que as pinturas rupestres
realizadas no período paleolítico da pré-história são consideradas como os
primeiros exemplos da arte naif. Portanto ela surge desde o momento que o homem
sentiu necessidade e o impulso de querer reproduzir de qualquer maneira, sem
muitos conhecimentos técnicos e com poucos recursos a visão de seu cotidiano
(FINKELSTEIN 1994). Os motivos que levaram estes homens a realizarem tais
pinturas são desconhecidos, talvez fizessem isto para seu próprio prazer, ou de
outros, ou quem sabe realizaram apenas para registrar e perpetuar a sua
presença, ou mesmo como um ritual. Assim, como não se conhece os motivos, o que
importa é que fizeram para atender alguma necessidade e ao faze isto utilizaram
o seu meio natural como referência e inspiração. Este impulso, esta força que
faz com o homem represente seu meio mesmo sem ter um conhecimento técnico
aprimorado é uma das principais características da arte naif, que vai
impulsionar os artistas a nunca mais pararem de se exprimir das mais variadas
formas em todos os períodos e épocas. MORAIS (2006) argumenta que em relação a
sua origem a arte naif pode ser definida de duas maneiras. A primeira e
considerar que ela passou a existir quando foi aceita como forma artística, com
status igual ao de qualquer outra. Neste caso, ela pode ser datada dos
primeiros anos do século XX. A outra é considerar que as pinturas rupestre,
realizadas nas cavernas e paredões de rocha da pré-história são a sua origem
como já foi apresentado.
Deve-se considerar é claro que o termo naif não
existia na pré-história, o termo Naif apareceu na França no século XVIII
através dos grandes escritores – filósofos da época; Montesquieu, Jean Jacques
Rousseau, Diderot. A palavra tem origem francesa Naif e vem do latim nativus que significa nascente, livre, natural, puro, espontâneo,
primitivo, que pertence ao primeiro estado de uma coisa (FINKELSTEIN 1994).
Entretanto, independente da origem a
arte naif é hoje aceita como um estilo de pintura. Sobre o assunto Santos
(2011, p.247) comenta que,
“um artista primitivo é alguém que
seleciona elementos da tradição popular de uma sociedade e os combinas
plasticamente, guiando-se por uma clara intensão poética. Geralmente esse
artista é um autodidata e criador dos recursos e técnicas com quem trabalha”
Desta forma a autora apresenta outra característica da arte naif que é
justamente a não formação erudita dos seus representes, que muitas vezes são
pessoas do povo que retratam simplesmente a verdade, a natureza, sem artifício,
sem esforço e são inspirado pelo sentimento. Assim o artista naif é mais
individual, não existe um estilo próprio, cada pintor é um mundo a parte, é um
criador nato, tudo vem dele mesmo, tanto o tema quanto a técnica empregada, sua
arte não é utilitária, é um autêntico impulso artístico. Observa-se que os pintores pretendem a
grosso modo narrar uma história, reviver um momento ou eternizar situações e
fatos do cotidiano que lhes tocam o sentimento.
Tudo isto é visto no trabalho de Eli Bacelar:
Pintura de Eli Bacelar, Menção Honrosa Bienal Naif 1998 Tocando forró
(1998). Acrílica sobre tela 70 cm X 50 cm
Fonte: Bienal Naifs do Brasil 1998.
Assim, a arte
naif é, em termos gerais, a arte que é produzida por artistas sem formação
acadêmica. Caracteriza-se, em termos gerais, pela simplicidade e pela ausência
de elementos formais da arte tradicional ocidental, como a perspectiva,
harmonia cromática, composição, desenho clássico com correção anatômica, ou
mesmo referências tradicionais das pinturas de gênero
Entretanto, a arte naif é questionada incansavelmente por estudiosos,
por eruditos e consequentemente, por um bom pedaço da sociedade que se funda
nos pensamentos acadêmicos, quer de modo direto ou indireto. A erudição tem um
grande valor, mas não é somente dela que a vida que nos cerca é feita.
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